O SER HUMANO TEM SEDE DE DEUS
A busca por Deus está dentro de todos nós. Às vezes escondida, sufocada pelas seduções mundanas, mas
está em nós. Não basta estudar sobre o Cristianismo. É necessário um mergulho no mistério. Não se trata,
portanto, de “aprender coisas”, mas de aderir a um projeto de vida.
A iniciação cristã é um processo:
- que é engloba passos sucessivos de aproximação. Uma pessoa não só aprende, mas também se deixa
envolver pelo clima de mistério, passa a agir de outro modo nos campos pessoal, comunitário e social.
- que mescla vivência, conhecimento e celebração.
- que sempre acontece quando alguém assume o projeto cristão de vida.
FOI ASSIM NO COMEÇO DA IGREJA
A iniciação cristã com inspiração catecumenal foi a experiência de Jesus e dos apóstolos:
1º - Tudo começa com uma busca: “Que procurais?” (cf. Jo 1,38)
2º - Essa busca gera um encontro: “Mestre, onde moras?... Vinde e vede.” (cf. Jo 1,38-39)
3º - O encontro produz conversão
4º - A conversão leva à comunhão, ou seja, a compartilhar tudo
5º - A comunhão impele à missão, a buscar que outros também façam a mesma experiência
6º - A Missão leva à transformação da sociedade (cf At 4, 32-34)
AUGE E DECLÍNIO
Foi a iniciação bem feita que sustentou a fé dos mártires e possibilitou a expansão do Evangelho pelo
mundo, até que o Cristianismo se tornasse a “religião oficial”. Não se consegue isso só com cristãos “de nome”.
Do séc. II ao V vai se estruturando o catecumenato, que desaparece a partir do séc. VI, porque já havia se
tornado comum ser cristão: foi se implementando uma espécie de “catecumenato social” no contexto da
cristandade, em que a religião era um conjunto de atitudes aprendidas na família e na sociedade civil.
Com o passar do tempo e o declínio da cristandade, a religião passou a ser vista como algo particular.
Diante do “público garantido”, entretanto, a Igreja acabou se acomodando. A exigência da missão da Igreja nos
dias de hoje é formar cristãos firmes e conscientes, numa época em que a opção religiosa é uma escolha e não
uma tradição.
UM NOVO TEMPO
Diz o Documento de Aparecida, 12: “Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana
da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas, na verdade, a fé vai se desgastando e se
degenerando na mesquinhez.”
Somos chamados a um trabalho exigente e emocionante! Os obstáculos do mundo moderno são uma
oportunidade para promover mais qualidade e entusiasmo na missão: estamos vivendo um novo KAIRÓS. O
mesmo espírito que repousou sobre Jesus estará também conosco para que tiremos das provações um santo e
criativo crescimento.
As comunidades precisarão se transformar, criando estruturas que possibilitam um real processo de
iniciação para os não-batizados e para os batizados insuficientemente catequizados. Isso mesmo: porque quem
era católico e muda de religião, dizendo:”Agora sim: encontrei Jesus!”, nunca foi realmente iniciado na fé.
Iniciação não é mero aprendizado de doutrina. É inserção na totalidade da experiência da fé dentro de
uma comunidade na qual se identifica a presença ativa do fermento do Evangelho e a força transformadora do
amor de Jesus.
LUZES DO DOCUMENTO DE APARECIDA
A comunidade que quiser colher bons frutos precisará de planejamento participativo, num sólido espírito
de pastoral orgânica – DA, 291: “Uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e
desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, pessoas
consagradas e agentes de pastoral.”
É fundamental cuidar bem dos que chegam, mostrando o rosto acolhedor da Igreja:- DA, 368: “A
conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor
de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Daí nasce a atitude de abertura, diálogo, e disponibilidade... Hoje, mais do que
nunca, o testemunho da comunhão eclesial e de santidade são uma urgência pastoral.”
Assim, formaremos novos evangelizadores e estaremos inseridos na Missão Continental - DA, 365:
“Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes
de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que não favoreçam a transmissão da fé.”
Fonte: Documento 97 CNBB
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