Rito: É uma ação simbólica,
constituída por gestos e palavras que favorece a participação comum e a
repetição. Prioriza o fazer sobre o dizer. Daí a importância de não explicar o
Rito durante o a realização do mesmo, se faz necessário reunir antecipadamente os
catecumenatos, introdutores e suas famílias para explicar e entender, no
memento da realização é para ser vivenciado, sentido, experimentado.
O rito é ligado a uma experiência:
- A existência de um
acontecimento primordial de
salvação;
- O acontecimento se torna presente em um rito;
- os homens de todos os tempos
através do rito realizam sua
história de salvação.
Nós, cristãos e cristãs, temos
nossas festas, nossos símbolos e ritos, que possibilitam expressar e vivenciar
nossa identidade, nossas convicções, nossa fé. É mediante esses elementos
rituais que expressamos nossa relação com Alguém, que para nós é o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo. Na catequese com inspiração catecumenal o RICA
vem na auxiliar na preparação dos ritos, que devem ser vividos conforme
realidade de cada grupo.
O rito para ser autêntico deve envolver
o ser humano na sua inteireza: corpo mente e sentimento, afeto.... Essas
realidades estão indissociáveis (pela presença unificadora do Espírito).
Símbolo: Em sua raiz grega
exprime a junção de duas partes: symbállein. Aquilo que une.
Um SINAL SENSÍVEL
com seu significado primeiro, imediato, que atinge nossos impulsos, nossa imaginação... EVOCA, MANIFESTA, FAZ APARECER, TRAZ PRESENTE,
RE-PRESENTA, VELA/REVELA. Dessa forma se faz desnecessário comentários explicativos
sobre os símbolos.
O corpo como espaço ritual
Na comunicação com as outras
pessoas, nosso corpo fala mais que as palavras. A experiência que temos de nós
mesmos passa pela experiência que temos de nosso corpo. Pelo corpo estamos
unidos a tudo e, ao mesmo tempo somos únicos.
Os nossos sentidos são a porta de
entrada para a compreensão e vivência corporal da liturgia.
Em sua Encarnação Jesus se faz
comunicação plena; “Ouvimos, vimos com nossos olhos e nossas mão apalparam”...
(cf. 1Jo 1,1-4)
O TATO (toque): O tato é o
primeiro sentido que se mostra ativo na vida humana (a criança apalpa, sente
pelo tato); é ainda o último sentido a desaparecer (os enfermos, agonizantes,
já sem visão e sem audição, se comunicam pelo tato)
Na liturgia, a imposição de mãos,
o abraço de paz, de acolhida, de reconciliação, de comunhão fraterna, a unção
devem ser gestos verdadeiros, expressivos, que transmitam a vibração do coração
e de toda a pessoa.
O PALADAR, O SABOR:
Constantemente, os evangelhos nos mostram Jesus e seus discípulos participando
de festas, de banquetes... Sua última ação foi uma ceia, na qual ele deixou-nos
o pão e o vinho como sinal de sua eterna aliança conosco. Ele partia, repartia
e saboreava os alimentos com seus seguidores (o pão, o vinho).
Seus discípulos o reconheceram ao
partir o pão, após a ressurreição.
O OLFATO (cheiro): O que há para
se cheirar na liturgia?
Aparentemente são poucos os elementos
diretamente envolvidos com o sentido do olfato. O mistério entra pelos sentidos
e, no contexto deliberativo, vai sendo comunicado, vivido, realizado.
A AUDIÇÃO: O elemento auditivo é
muito importante em todos os momentos da nossa vida, também na celebração. Nos
dias atuais, envoltos por tantos apelos sensoriais, falamos, vemos, ouvimos,
cheiramos, tateamos muito... e escutamos pouco. Achamos que isso é normal, que
faz parte do nosso tempo. Será?
Concluindo, podemos afirmar que
os ritos se compõem fundamentalmente de gestos e palavras que se apoiam
mutuamente. Nossas ações, gestos e posturas corporais são de grande importância
para garantir uma participação plena, consciente e frutuosa na liturgia como
nos pede a Igreja.
Fonte de Estudo: Escola Bíblico catequética Frei Benardo Cansi