A parábola com que Jesus encerra o Evangelho deste Domingo é a famosa passagem do joio e do trigo. Interessa-nos, sobretudo, a sua explicação:
“Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifeiros são os anjos. Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.”Ao dizer que se deve deixar crescerem juntos o joio e o trigo, até a colheita, Jesus aponta para a onisciência divina, que já sabe quem se vai salvar e quem será condenado. Se, no entanto, isso é claro aos olhos de Deus, permanece uma incógnita para nós: assim como o joio e o trigo são plantinhas pequenas e muito semelhantes, neste mundo, é tarefa árdua distinguir os bons dos maus, sendo necessário, para isso, esperar o “tempo da colheita”, que “é o fim dos tempos”.
Por isso, a grande protagonista dessa parábola é a paciência de Deus. Em Sua misericórdia, o Senhor contraria a pressa dos homens – como a dos filhos de Zebedeu, que perguntaram a Jesus se não queria que mandassem “fogo do céu” para destruir os ímpios [3] – e deixa que o joio e o trigo cresçam juntos. Como diz São Paulo, “Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” [4].
Também São Pedro recorda que a paciência divina é, para todos nós, fonte de salvação: “O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como alguns interpretam a demora. É que ele está usando de paciência para convosco, pois não deseja que ninguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se” [5]. As demoras de Deus são sinais da Sua benevolência, da grandeza do Seu coração, que “não deseja que ninguém se perca”. A virtude da paciência consiste nisto: em carregar um fardo, um peso sobre as costas. Não foi justamente o que fez Nosso Senhor, ao carregar o fardo de nossos pecados e o peso da Santa Cruz? Não foi justamente a atitude do pai da parábola do filho pródigo, que esperou pacientemente a volta de seu filho mais novo, chegando a fazer uma grande festa com sua chegada?
Muitas vezes, comportamo-nos, diante dos maus, como aquele filho mais velho, enciumado com o amor do pai por seu irmão rebelde. Diante das injustiças, somos tomados pelo espírito de Tiago e João e queremos invocar a justiça divina... Mas, estamos realmente seguros de estar do lado do trigo? Se Nosso Senhor voltasse hoje para a colheita, não seríamos os primeiros a ser lançados no inferno, nós, “a quem muito foi dado” e, portanto, muito será exigido [6]?
A parábola do joio e do trigo é, na verdade, um resumo de toda a história da salvação. O Senhor desposa o Seu povo com uma aliança de amor, à qual é integralmente fiel; em troca, no entanto, só recebe infidelidades e prostituição. E, ao invés de assinar o libelo de divórcio, Ele é paciente e continua a amar-nos, mesmo em nosso egoísmo e amor-próprio desordenado. É que, como canta o Apóstolo, “o amor é paciente, é benfazejo; (...) não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido (...). Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” [7].
Dinâmica: Tapando a Brecha
Objetivo: Refletir sobre a vigilância e a paciência
Material:Os Catequizandos
Procedimento:
- Organizem os catequizandos em círculo, deixando apenas 01 catequizando de fora.
- Orientem para que o círculo esteja bem fechado, isto é, os Catequizandos devem ficar bem próximos, para que não haja espaço para o inimigo penetrar no círculo.
- Orientem o Catequizando que está fora do círculo que ele será o “inimigo” e seu objetivo será o de penetrar no círculo, mas não precisa derrubar nem machucar ninguém.
- Depois, falem para os demais catequizandos quem é o “inimigo” e que ele vai procurar entrar no círculo, mas que eles devem resistir a estas investidas, mas tenham cuidado para não machucar o colega.
- Então, peçam para que comecem a atividade.
- Observem as tentativas do “inimigo” e a resistência dos catequizandos do círculo, lembrem que se se o inimigo entra a atitude a seguir e deixar que ele continue dentro do circulo até o final da dinâmica.
- Vocês podem fazer outras tentativas, trocando o “inimigo” por outro Catequizando que está no círculo, ou até mesmo com mais de um fora do circulo.
- Pode haver dois resultados:
O inimigo não conseguir entrar no círculo
O inimigo conseguir entrar no círculo
Mas, qualquer que seja o resultado, falem sobre o joio semeado pelo inimigo, na Parábola do Trigo e do Joio, da importância de estarmos vigilantes, de sermos paciente esperar o tempo certo para a colheita.
Autoria da Ideia original desconhecida.