
Infelizmente, esta íntima relação da lex orandi e lex credendi (celebramos como cremos e cremos como celebramos), tão normal nos primeiros séculos do cristianismo, aos poucos foi se distanciando, na medida que surgia a cristandade (Idade Média), quando as crianças aprendiam a vida cristã na sua família, sua escola e comunidade eclesial e até na sociedade. A catequese, dentro deste novo contexto, se ocupava mais em explicar a fé e os mandamentos, numa linguagem aprofundamento teórico e doutrinal, tendo em vista a preparação à recepção dos sacramentos. Assim a catequese foi se desligando da Comunidade-Igreja e passou para a escola (aula) e se separou da liturgia ou de experiências de caráter celebrativo. Com a reforma do Concílio Vaticano II buscou-se novamente a integração entre catequese e liturgia, mas as resistências à mudança ainda se fazem sentir, talvez, até entre nós. Nos últimos tempos, o magistério da Igreja, através de diversos documentos, convida para novos caminhos na iniciação cristã, tentando retomar à experiência do espírito catecumenal, com suas devidas adaptações aos nossos tempos. Mas ainda encontramos pessoas que dão importância somente ao saber sobre Jesus Cristo e pouco se preocupam com o encontrar-se com Ele. É como conceder sacramentos a quem ainda não se tornou cristão convicto. Por isso, nossa catequese precisa tornar-se sempre mais mistagógica, como nos primeiros tempos do cristianismo, ou seja, deve conduzir-nos gradativamente para dentro do mistério, de forma menos doutrinal e mais experiencial; de quem crê e se encontra com uma Pessoa, o próprio Jesus Cristo, e nele professa sua fé, na comunidade e no ambiente social. Isto somente é possível quando a catequese se plenifica na celebração litúrgica e esta experiência provoca nova catequese pelo aprofundamento constante do que foi celebrado (nova mistagogia).
Que nosso projeto de Iniciação à Vida Cristã atinja este objetivo de integração entre catequese e liturgia e seja o caminho para uma Igreja mais missionária e samaritana.